O mundo acompanha com grande preocupação os impactos das mudanças climáticas. As conferências internacionais têm desempenhado um papel essencial no debate e na busca por soluções. A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) já está no radar de governos, sociedade civil, empresas e organizações ambientais. Prevista para acontecer em 2025, em Belém do Pará, no coração da Amazônia, a COP30 será um marco não apenas por sua localização estratégica. Mas, também pela urgência em se avançar em compromissos reais e efetivos para conter o aquecimento global. Este artigo busca apresentar o que é a COP, sua relevância, um breve histórico das edições anteriores e o que esperar desta edição no Brasil.
Conceito e objetivos
A sigla COP significa “Conference of the Parties” ou “Conferência das Partes”. Trata-se de uma reunião anual dos países que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), firmada na Conferência Rio-92. O principal objetivo da COP é avaliar os avanços no combate às mudanças climáticas, negociar compromissos entre os países e propor mecanismos de cooperação internacional.
Ao longo das conferências, diversas metas globais foram estabelecidas, como a redução de emissões de gases de efeito estufa, o financiamento climático para países em desenvolvimento e a proteção da biodiversidade. Além disso, a COP é um espaço para a ciência, a tecnologia e a sociedade civil apresentarem soluções inovadoras e pressionarem líderes políticos por decisões mais concretas. Em resumo, trata-se de um fórum global em que o futuro climático do planeta está em debate.
Breve resumo sobre as COPs
As edições anteriores da COP trouxeram acordos históricos que moldaram a política climática mundial. A COP3, realizada em 1997 em Kyoto, no Japão, resultou no famoso Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas obrigatórias de redução de emissões para os países desenvolvidos. Mais tarde, em 2015, a COP21, em Paris, consagrou o Acordo de Paris, no qual os países se comprometeram a manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C, buscando esforços para limitá-lo a 1,5°C.
Entretanto, nem sempre os avanços foram rápidos ou suficientes. Em várias edições, como na COP25 em Madri e na COP26 em Glasgow, houve frustrações quanto à falta de consensos mais ousados. Recentemente, a COP27, no Egito, destacou-se pela criação de um fundo de “perdas e danos” destinado a apoiar países vulneráveis que já sofrem os impactos das mudanças climáticas. Já a COP28, em Dubai, trouxe à tona discussões sobre a transição energética e a redução gradual da dependência de combustíveis fósseis.
Esses exemplos mostram que, embora cada COP seja um espaço de esperança e debate, a implementação prática dos acordos ainda enfrenta dificuldades. Problemas estes, políticos, sociais e econômicos.
A COP30 no Brasil
A escolha do Brasil, mais especificamente de Belém do Pará, como sede da COP30 carrega um simbolismo imenso. A Amazônia, considerada o “pulmão do mundo”, é uma das regiões mais críticas para o equilíbrio climático global. Realizar a conferência nessa área reforça a necessidade de proteger as florestas tropicais e de valorizar o papel das comunidades tradicionais e indígenas na preservação do meio ambiente.
Assim sendo, espera-se que a COP30 seja marcada por debates mais profundos sobre a proteção das florestas e a redução do desmatamento. O Brasil terá a oportunidade de mostrar ao mundo suas estratégias para equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O evento também deverá impulsionar investimentos em energias renováveis, bioeconomia e projetos de transição justa para populações locais.
Além disso, a presença de chefes de Estado, cientistas e líderes sociais em Belém vai colocar a Amazônia no centro da geopolítica internacional. Questões como financiamento climático, responsabilidade histórica dos países desenvolvidos e apoio aos países em desenvolvimento estarão no topo da agenda. A expectativa é de que o Brasil assuma um papel de liderança, articulando compromissos ambiciosos e servindo de exemplo na luta contra a crise climática.
Outro ponto relevante será a participação da sociedade civil. Organizações não governamentais, movimentos indígenas e grupos ambientalistas terão uma vitrine sem precedentes para expor demandas e propor soluções. Esse aspecto pode ampliar a pressão sobre os governos e empresas para que passem das promessas à ação concreta.
Conclusão
Contudo, a COP30 será um momento histórico, não apenas pelo peso das discussões, mas pelo local onde será realizada. O evento reunirá líderes mundiais em um dos biomas mais importantes para a regulação do clima global. Isto trará visibilidade para os desafios e oportunidades da região Amazônica.
Além disso, o que se espera é que a conferência avance em compromissos práticos, especialmente no que diz respeito ao financiamento climático, à transição energética e à proteção das florestas. O Brasil terá a responsabilidade de mostrar ao mundo que é possível alinhar crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade.
Portanto, seja para governos, empresas ou cidadãos, a COP30 será um chamado à ação. Inclusive, um lembrete de que o tempo para agir contra as mudanças climáticas é curto. Mais do que discursos, o planeta precisa de decisões firmes, e Belém poderá se tornar o palco de um novo capítulo na luta global por um futuro sustentável.