Caro leitor, se você leu a última matéria postada no Planta Eficiente, onde falamos a respeito da periculosidade do metano para com a atmosfera, você já entende o porquê de nos preocuparmos com o título desta publicação. Nesta mesma matéria, onde debatemos sobre as causas e consequências do aquecimento global, conversamos brevemente sobre o metano e suas características.
Para resumir, estima-se que o gás, que é correspondente à sigla CH4, é muito mais prejudicial quando comparado ao gás carbônico, também conhecido como dióxido de carbono (CO2). Isso significa que ele “captura” mais calor por molécula na atmosfera, ou seja, tem maior capacidade de aquecimento e por consequência o aumento do efeito estufa.
Contudo, vale salientar que apesar do metano ser mais impactante nessa discussão entre ambos, estima-se que o dióxido de carbono ainda é o principal agente causador da elevação das temperaturas, pois possui uma maior porcentagem de emissão em relação a outros gases de efeito estufa.
Inclusive, na internet existem diversas informações que afirmam o quanto um é mais prejudicial que o outro. Alguns dizem ser 10 vezes, outros 20 vezes, ou até bem mais que isso. Entretanto, o mais importante é entender sobre o mesmo e combatermos este problema de todas as maneiras possíveis.
Suas principais formas de emissão
Matéria orgânica: o lixo proveniente de lixões e de aterros sanitários possuem muita matéria orgânica que, ao se decompor, além de produzir o chorume, também emitem o metano. No caso dos lixões, esse gás acaba indo para a atmosfera. Já em relação ao aterro sanitário, esse gás pode ser coletado e queimado posteriormente.
Agropecuária:
a) eructação dos bovinos: de fato, o arroto bovino emite o metano. Entretanto, podemos utilizar de práticas de pastoreio e aproveitar das tecnologias atuais para conseguir reduzir essas emissões. Um bom exemplo seria melhorar a dieta delas. Segundo Sergio Raposo de Medeiros, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, a inclusão de aditivos no alimento deles pode reduzir em até 90% a emissão do metano.
b) Campos de arroz: quando cultivados por irrigação por inundação.
Combustíveis fósseis: produção de energia vinculada ao petróleo, carvão e gás. Segundo a Global Methane Tracker 2024, essa produção gerou aproximadamente 120 milhões de toneladas de emissões de metano em 2023.
Reservatórios de hidrelétricas: a mudança de áreas de superfície terrestre para se criar corpos d’água pode ocasionar a emissão não só do metano, mas também do dióxido de carbono.
Contudo, na construção de uma usina é obrigatória a retirada da vegetação da área a ser inundada, mas a decomposição da matéria orgânica que sobra do corte das árvores ocasiona a formação desses gases de efeito estufa (GEE).
É possível reduzir as emissões?
Confira abaixo o gráfico que ilustra o percentual das emissões de metano no Brasil, segundo o SEEG2022 (Sistema de Estimativas de Emissões de gases de Efeito Estufa). Podemos visualizar que o setor da agropecuária é o principal responsável pela emissão desse gás.
Segundo o G1, o Brasil tem capacidade de reduzir as emissões de CH4 em 36% até 2030, caso aplique políticas nos setores de agricultura e energia, além do combate ao desmatamento.
Para atingir este feito, é necessário um planejamento que seja seguido à risca, pois a meta é ambiciosa. O intuito é fazer com que consigamos limitar o aquecimento global a 1,5°C neste século. Dessa forma, o relatório do SEEG sugere algumas ações como zerar o desmatamento ilegal, erradicar lixões, além de impor uma gestão sustentável de resíduos.
No mais, na agropecuária ainda pode-se tratar os dejetos dos animais, eliminar a queima da palha da cana e buscar pela melhora genética dos bovinos. De acordo com Tasso Azevedo, coordenador técnico do SEEG, o interessante é que tudo isso ainda pode ser economicamente viável. Inclusive, essas medidas já poderiam ter sido tomadas, porque já são conhecidas e utilizadas.
Conclusão
Contudo, percebemos que para conseguirmos alcançar o proposto e obter a redução das emissões dos gases de efeito estufa, precisamos de conscientização. E isso vale para a sociedade como um todo, dentro de absolutamente todos os seus setores. Na agropecuária, é necessário estudos e análises, além das ideias sugeridas nesse texto, para que atinjamos o objetivo de 36% citado.
Contudo, após partir para ação e tomar as devidas atitudes, é que iniciaremos o processo que fará com que tenhamos um planeta eficiente e próspero.
Como agora você está muito melhor informado a respeito do assunto, tome também a iniciativa de transmitir este conhecimento para quem você achar que precise. Explique e sugira ideias. Envie este artigo para quem achar que necessite. Seja também um contribuinte em prol do planeta.
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