As Conferências das Partes, conhecidas como As COPs, representam um dos mais importantes espaços globais para definição de metas, acordos e estratégias voltadas ao enfrentamento da crise climática.

O que são As COPs?
Conceito geral
A sigla COP corresponde à Conferência das Partes, evento oficial da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Encontros anuais
- Ocorrem anualmente desde 1995, iniciando em Berlim.
- Reúnem líderes globais, especialistas, entidades civis e representantes do setor privado.
Objetivo principal
A finalidade central das COPs é debater, propor e monitorar soluções para mitigar o impacto ambiental, considerando cenários de curto, médio e longo prazo.
A importância das COPs para o planeta
Mudanças climáticas e combustíveis fósseis
A queima de combustíveis fósseis tem sido, por décadas, a principal fonte de energia global. Como consequência, elevou-se a concentração de gases de efeito estufa (GEE) como CO₂ e CH₄, intensificando o aquecimento global.
O avanço das energias renováveis
Nos últimos anos, o avanço tecnológico trouxe alternativas como:
- Energia solar
- Energia eólica
- Biocombustíveis
- Hidrogênio verde
Essas fontes vêm reduzindo gradualmente a dependência dos combustíveis fósseis, embora ainda não em ritmo suficiente para frear o aumento dos GEE.
A urgência climática atual
Apesar dos avanços:
- As emissões globais permanecem altas.
- Os resultados observados são preocupantes e exigem maior compromisso e ação.
O papel das COPs, portanto, é decisivo para mobilizar governos e pressionar pela execução de políticas ambientais que realmente funcionem.
A COP26
Local e contexto
- Realizada em Glasgow, Escócia, em 2021.
- O mundo já enfrentava estado de emergência climática.
Principais avanços
- Países se comprometeram a reavaliar e fortalecer metas de redução de emissões até 2030.
- Acordo reforçou a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C, como previsto no Acordo de Paris.
Energia e combustíveis fósseis
- Incentivo global para ampliar a geração de energia limpa.
- Compromisso de reduzir gradualmente o uso do carvão.
- Diversos países anunciaram o fim do financiamento externo a combustíveis fósseis até 2022.
A COP27
Onde ocorreu e qual era o contexto
A COP27 aconteceu em Sharm el-Sheikh, Egito, entre 6 e 20 de novembro de 2022. O evento foi considerado crucial, pois ocorreu em um momento em que o planeta já enfrentava impactos severos, como secas prolongadas, enchentes destrutivas e aumento recorde das emissões globais de gases de efeito estufa.
Principais discussões e prioridades
- Aumentar a ambição climática global.
- Promover ações urgentes para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
- Reforçar o compromisso financeiro dos países desenvolvidos com os países mais vulneráveis.
O grande avanço: Fundo de Perdas e Danos
O maior marco da COP27 foi a criação do Fundo de Perdas e Danos, um mecanismo histórico para financiar países afetados por eventos climáticos extremos.
Esse fundo representa um dos maiores avanços já conquistados nas COPs, após anos de negociações intensas e solicitações de nações vulneráveis.
Outros resultados relevantes
- Reforço das metas do Acordo de Paris.
- Debates sobre transição energética justa.
- Avanço tímido em cortes de combustíveis fósseis, mas com forte pressão da sociedade civil.
A COP28
Local e período
- Ocorreu em Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023.
Marco histórico: menção aos combustíveis fósseis
Pela primeira vez na história das COPs, o texto oficial mencionou explicitamente a necessidade de transição dos combustíveis fósseis.
Segundo António Guterres, secretário-geral da ONU:
“A eliminação progressiva dos combustíveis fósseis vai acontecer de qualquer forma.”
Resultados principais
- Roteiro para transição energética global.
- Compromisso de triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030.
- Meta de duplicar a eficiência energética no mesmo período.
- Avanços em financiamento climático e adaptação.
A COP29
Contexto e cenário inicial
- Realizada entre 11 e 24 de novembro de 2024, em Baku, no Azerbaijão.
- A presidência da conferência ficou a cargo de Mukhtar Babayev, ministro do Meio Ambiente do Azerbaijão, país fortemente dependente de petróleo e gás.
- O evento ficou marcado pela forte tensão em relação à agenda financeira climática, com muitos países dizendo que o foco principal deveria ser financiamento climático.
- A conferência terminou com prorrogação de alguns dias devido à complexidade das negociações.
Principais resultados e decisões
Novo objetivo financeiro global
- Foi aprovado um novo Novo Objetivo Quantificado Coletivo (NCQG) de financiamento climático: US$ 300 bilhões por ano até 2035 para países em desenvolvimento.
- Além disso, foi estabelecida uma meta mais ampla de mobilização de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, de fontes públicas e privadas.
- Esse montante visa apoiar adaptação, mitigação e o abandono gradual de combustíveis fósseis nos países mais vulneráveis.
Carbono, mercados e comércio de créditos
- As COPs sempre discutem mecanismos de mercado e, na COP29, houve acordo para operacionalizar o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata de mercados de carbono (créditos de carbono).
- Esse acordo facilita a cooperação entre países por meio de mecanismos bilaterais e globais de crédito de carbono.
Mitigação e adaptação
- Foi criado um “programa de trabalho de mitigação” (Mitigation Work Programme) que incentiva colaboração entre governos locais, cidades e níveis nacionais para reduzir emissões.
- Estabeleceu-se também um “Diálogo de Alto Nível sobre Adaptação” em Baku, para fortalecer a resiliência climática global.
Fundo de Perdas e Danos
- A COP29 avançou nas regras para operacionalizar o Fundo de Perdas e Danos (loss & damage), permitindo que ele comece a operar para atender países que já sofrem os impactos climáticos mais severos.
Ação urbana
Durante a COP29, líderes globais se reuniram para discutir a urbanização e o clima, lançando a “Coalizão de Continuidade de Baku” para promover ações climáticas em cidades até a próxima COP.
A COP30
A COP 30, que acontecerá em Belém do Pará em novembro de 2025, deve marcar uma conferência focada em ação prática, com destaque para:
- Implementação real dos compromissos climáticos já assumidos.
- Financiamento climático ampliado para países em desenvolvimento.
- Protagonismo da Amazônia nas negociações ambientais.
- Pressão por metas mais ambiciosas de redução de emissões até 2035.
Será uma COP voltada a resultados concretos, especialmente na proteção de florestas e na transição energética global.
Dúvidas comuns
Para que servem As COPs?
Elas servem como um espaço internacional de decisões que influenciam políticas climáticas, metas de emissões e ações de preservação ambiental.
As COPs geram acordos obrigatórios?
Alguns acordos têm peso legal, como o Protocolo de Quioto. Já outros dependem de adesão voluntária, como muitas metas do Acordo de Paris.
Quem participa das COPs?
- Representantes de 198 países
- ONGs
- Setor privado
- Pesquisadores
- Observadores da sociedade civil
Por que existe tanta pressão sobre combustíveis fósseis nas COPs?
Porque eles são os maiores responsáveis pelas emissões globais que aquecem o planeta.
As COPs trazem resultados reais?
Sim. Embora o progresso seja gradual, decisões tomadas nelas moldam políticas ambientais, impulsionam investimentos em energia limpa e influenciam legislações nacionais.
Conclusão
As COPs desempenham um papel fundamental no enfrentamento da crise climática. São encontros que unem países em torno de compromissos essenciais, pressionam por ações concretas e impulsionam a transição para um futuro sustentável. Com cada edição, aumentam a urgência e o impacto das decisões, e compreender esse processo é indispensável para quem deseja acompanhar e participar da construção de um planeta mais equilibrado.
FAQ – COPs
O que são As COPs?
São conferências anuais da ONU voltadas a decisões globais sobre mudanças climáticas.
Por que As COPs ocorrem todos os anos?
Porque o cenário climático muda rapidamente e exige monitoramento e renegociação contínuos.
Qual é a COP mais importante até hoje?
A COP21, que resultou no Acordo de Paris, é considerada um dos marcos mais relevantes.
As decisões das COPs influenciam o Brasil?
Sim. O Brasil integra negociações e adapta políticas internas conforme compromissos globais.
O que esperar das próximas edições?
Maior pressão por ações contra combustíveis fósseis, avanços em energia limpa e metas climáticas mais rigorosas.


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