Breve resumo
A maior catástrofe nuclear da história aconteceu na madrugada de 26 de abril de 1986. Isso ocorreu na até então União Soviética, onde até 1991, a Ucrânia era uma das 15 repúblicas que a formavam. Após esta data, o país se tornou independente.
O reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl foi onde ocorreu o acidente. Entretanto, mais precisamente, a usina fica localizada em Pripyat, que fica a 16 quilômetros da cidade de Chernobyl. E ainda, fica a 104 km ao norte de Kiev, a capital da Ucrânia.
A pressão no interior do núcleo do reator foi tão alta, que ao explodir, rompeu a tampa que pesava incríveis 1000 toneladas. Logo após esta primeira explosão, veio outra que destruiu o teto da usina e lançou na atmosfera uma enorme quantidade de material radioativo. Estima-se que a mesma foi quatrocentas vezes maior do que a radioatividade lançada pela bomba de Hiroshima e Nagasaki.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que cerca de 8,4 milhões de pessoas foram expostas a radiação. Territórios na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia foram afetados. Países da região norte também detectaram as consequências da explosão, porém em pequena escala. A radioatividade se espalhou por parte do hemisfério através de ventos e tempestades. No entanto, o grau de periculosidade do que foi disperso era praticamente insignificante.
Causas
Uma sequência de erros humanos, inclusive um erro de projeto, fizeram com que o reator número 4 da usina tivesse uma grande elevação de temperatura. Valor este que chegou na casa dos 33.000 megawatts, tendo em vista que o reator foi projetado para suportar aproximadamente 3.200 megawatts.
Este reator passaria por testes de segurança na noite do dia 25 de abril e estava operando com 50% de sua capacidade. Os funcionários da usina acabaram desconsiderando vários protocolos de segurança devido à pressão do engenheiro chefe pelo término dos serviços.
Durante o processo, a capacidade do reator foi reduzida para 200 megawatts, 500megawatts abaixo do valor mínimo recomendado. Vale salientar que, o sistema de desligamento automático caso houvesse pouco volume de água também estava desabilitado. Dessa forma, por uma sequência de más decisões e consequentemente o aumento demasiado da temperatura, o restante da água evaporou e isso ocasionou a explosão.
Consequências
Imediatamente, a tragédia acabou tirando a vida de exatas 31 pessoas. No entanto, segundo a ONU, houve 3.940 mortes indiretas relacionadas a doenças oriundas da radioatividade. No entanto, estimar a quantidade de mortes causadas pelo acidente é muito difícil. Estudos apontam que de alguma forma o problema afetou cerca de 600 mil pessoas.
Além disso, equipes de helicópteros contiveram o incêndio após 16 dias, despejando diversos materiais contra o núcleo do reator. Posteriormente, construíram um sarcófago para tentar conter os efeitos da radiação. Em 2016, executaram uma nova estrutura no local que custou mais de 1,5 bilhão de euros.
E ainda, a zona de exclusão de Chernobyl, que se refere à área perigosa ao redor do local da tragédia, equivale a um raio de 30km. No total, a área é de 2.700km², sendo considerada uma das mais radioativas do planeta.
Contudo, a cidade de Pripyat, vista atualmente como uma cidade fantasma, teve seus 50 mil habitantes evacuados somente 36 horas após a catástrofe. Posteriormente, foi a vez de milhares de pessoas dos arredores deixarem suas casas a mando do governo.
Situação atual
Atualmente, pessoas tomam os devidos cuidados para não haver risco de exposição enquanto fazem passeios no local do acidente. Nestes locais, áreas urbanas estão tomadas por vegetação e as casas ainda possuem os antigos pertences dos seus ex-moradores. E essa velocidade na evacuação comprova o impacto causado.
Na excursão, o guia proíbe todos de sentar ao chão, ultrapassar áreas delimitadas e tocar ou pegar qualquer objeto do local. Tendo em vista que estão todos contaminados. Pripyat continuará assim por longos anos, até que a radiação diminua e a cidade se torne outra vez um lugar habitável.
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